Todos conhecem as famosas dietas para emagrecer e muitos vivem repetindo que sabem o que deve ser feito para conseguirem finalmente emagrecer, mas ainda assim não o fazem! Qual é o problema então?
Se o conhecimento popular nos diz que bastam as dietas para emagrecer acompanhadas dos tradicionais exercícios físicos recomendados para este fim. Por que as pessoas ainda assim continuam com dificuldades em terem ou manterem os resultados?
E se as dietas para emagrecer forem, na verdade, grandes responsáveis por um enorme desgaste emocional? Um desgaste emocional que justamente favorece o acúmulo de peso através de sintomas como estresse, ansiedade, compulsão alimentar e outros.
Sengo assim, a principal pergunta fica no ar… “Se as tradicionais dietas para emagrecer não funcionam, o que então funciona?”
Bom, a resposta pra estas e outras perguntas você pode conferir no excelente papo que eu – Gauber Silva – tive a oportunidade de bater com competente psicóloga Glicia Pandolfi.
Eu te garanto que você irá se surpreender com essa abordagem diferenciada na forma de enxergar o processo de emagrecimento e poderá analisar de uma outra perspectiva como tem se relacionado nos últimos tempos com a comida, com o seu corpo e com as famosas dietas para emagrecer.
Assista o vídeo AGORA mesmo (abaixo do vídeo você também pode encontrar a versão em texto e a versão em mp3 caso prefira ):
Você prefere escutar esse e outros episódios enquanto fica parado no trânsito ou no caminho do trabalho? Então use o link abaixo para baixar GRATUITAMENTE seus arquivos de áudio e dê utilidade ao seu tempo ocioso:
Clique AQUI para baixar a versão em MP3 deste Vídeo »
Outros links recomendados durante o bate papo:
- Infográfico completo sobre o ciclo vicioso da fome
- Vídeo mostrando como são produzidas no Photoshop as modelos que vemos nas revistas
- Último artigo escrito para o Obeso Emagrece pela psicóloga Glicia Pandolfi
Espero que você goste dos materiais bônus recomendados acima e que eles complementem ainda mais o que foi aprendido no vídeo de hoje. Por falar nisso, eu adoraria saber o que você achou de todo esse material, deixe um comentário me dizendo o que achou, basta rolar a página até o final!
→ Para facilitar a leitura a partir de dispositivos móveis ou de conexões lentas/restritas onde não é possível visualizar vídeos, segue a versão em TEXTO do vídeo:
Glauber: E aí pessoal! Beleza? Estamos aqui com a psicólogo Glicia Pandolfi hoje em um “Pergunte ao Profissional” bem diferente com essa paisagem aqui de fundo bem feia que você vê. Nesse lugar nenhum pouco aconchegante, tomando um cafezinho.
E a gente vai fazer um bate papo hoje com um tema bem importante e que atrapalha muita gente no processo de emagrecimento que é o seguinte…
“Como Dietas Podem Destruir a Sua Saúde Emocional no Processo De Emagrecimento”
Então ninguém melhor que uma psicóloga para nos dar algumas dicas! Fala um pouco de você Glicia, como é o seu trabalho e você também já está escrevendo há algum tempo no Obeso Emagrece mas algumas pessoas ainda não te conhecem.
Glicia (Psicóloga): Eu sou a Glicia, sou psicóloga. Atualmente eu atuo na clínica. E na clínica o que tem aparecido muito e o que a gente atende muito são essas questões e dificuldades que as pessoas enfrentam no processo de emagrecimento.
E aí eu tenho estudado bastante isso, por isso, acho que pude contribuir com o seu site.
Glauber: Com certeza! A visão de um profissional faz toda diferença. Pois está em contato direto ali com a diversidade dos casos. Porque eu tenho a minha própria história, mas é diferente da história de um monte de gente.
Então é bacana pegar um profissional que está em contato com várias realidades diferentes. Sendo assim, vamos para o nosso primeiro tópico aqui da nossa conversa…
SOFRIMENTO, RESTRIÇÃO, CONTROLE OBSESSIVO E OS ALIMENTOS PROIBIDOS DAS DIETAS
Glauber: Eu queria falar dos sentimentos de sofrimento e restrição que estão associados as dietas de emagrecer. As pessoas já começam a dieta com aquele sentimento de “não pode nada”, “tem que sofrer”. E como é que as pessoas chegam pra você em relação a isso?
Glicia (Psicóloga): Eu acho que todo mundo quando fala “Eu vou ter que fazer dieta” já pensa que vai ter que sofrer. Porque vai ter que deixar de comer um tanto de coisa. Muitas pensam também: “vou ter que deixar de ter uma convivência social”. “Vou ter que deixar de fazer um monte de coisa pra fazer dieta”.
Glauber: É sempre assim!
Glicia (Psicóloga): É aí que eu entendo que foi associado ao termo dieta, sofrimento! Dieta a gente sabe que não é bem isso, mas é como a gente entende atualmente “esse negócio” de dieta.
Glauber: É… na verdade se você for lá no Google e digitar “define: dieta” você vai ver que tem vários significados. E esse de regime alimentar é o que geralmente o pessoal associa ao sofrimento.
Glicia (Psicóloga): E dieta (eu já fiz muitas das mais malucas possíveis) a gente sabe que traz realmente sofrimento pra gente.
Glauber: Verdade! A gente fica neurótico, principalmente quando tem essa questão de contar calorias. A gente quer controlar tudo porque pensamos que essa é a forma de controle inteligente que a gente tem que fazer.
E nos seus pacientes você percebe essa tradição das dietas tradicionais de chegar lá preocupado com tudo que come, preocupado em realmente ficar mensurando cada coisinha, cada detalhe….
O que as vezes acaba atrapalhando mais emocionalmente do que a própria comida em si.
Glicia (Psicóloga): Sim, com certeza! E aí a gente volta um pouquinho e fala um pouco da questão da restrição. Várias dietas tem os seus alimentos proibidos, aquilo que você não pode comer de forma alguma. Porque se você comer vai “colocar tudo a perder” e jogar tudo fora. Tudo que você já fez!
Glauber: “Aí meu Deus! Comi um docinho, já era tudo…”
Glicia (Psicóloga): Comi um docinho, pronto, acabou! Minha dieta foi pro espaço, agora eu como a caixa de bombom inteira. E aí são coisas que eu acho que se associam muito. Imagina, a gente está falando de alimentação. Uma coisa que é extremamente natural!
A gente come porque a gente precisa comer por vários motivos, mas motivos muito vitais. A gente come porque é o nosso combustível. É o que a gente precisa pra viver!
Glauber: É natural né!?
Glicia (Psicóloga): E imagina isso ser a sua preocupação do dia. Você acorda pensando…
“O que eu vou comer?”
“Eu posso isso, não posso aquilo!”
E aí já está sentindo aquela fominha daqui umas 2 ou 3 horas…
“O que eu vou comer agora?”
No almoço…
“Que tentação eu vou ter que resistir na hora do almoço?”
Glauber: Você acaba passando o dia todo pensando em comida enquanto deveria ser parte natural da sua vida.
Glicia (Psicóloga): Isso! E aí pra mim, pela minha experiência e pelo que os meu pacientes também me trazem, é que esse tipo de dieta de cardápio é uma coisa que faz a gente sofrer muito!
Porque a nossa vida, por mais que a gente viva uma rotina, ela é um pouco imprevisível! Imagina: eu almoço todo dia no mesmo horário, ok! Mas um dia uma amiga de trabalho me chama pra comer em um lugar diferente…
Glauber: Acontece muito né? Com todo mundo!
Glicia (Psicóloga): E aí: “Vou ou não vou?”. Chego em casa…
“Ahh vai ter festinha do primo!”
– Não posso ir também porque está fora do meu cardápio!
E aí o que eu penso é que não dá certo, no meu ponto de vista, essas dietinhas de cardápio. Essas que dizem que quantidade comer, do que comer, de que marca comer…
Glauber: Essas de “que marca” você já tem um pezinho um pouco mais atrás ainda porque geralmente “é uma cilada bino!”.
Glicia (Psicóloga): E aí a vida fica em função dessa dieta que você tá fazendo! E no meu ponto de vista é fracasso! Porque a vida é cheia de imprevisibilidades né…
Glauber: Com certeza!
Glicia (Psicóloga): Então não se encaixa e acaba gerando muito sofrimento para as pessoas. Porque a dieta é a prioridade! Essa dieta restritiva com “o que pode e o que não pode” acaba sendo a prioridade da vida. E isso não traz prazer, não traz alegria…
Glauber: Não é sustentável principalmente!
Glicia (Psicóloga): Não é sustentável, exatamente!
Glauber: É bem comum observar aquele amigo que sai e aí ele não come nada, não bebe nada e as pessoas ficam falando… Porque querendo ou não, nessas festas, a gente sempre sofre uma pressão!
“Ahh come aqui a comida que eu fiz!”
“Bebe isso aqui!” e tal…
Quem gosta de tomar uma cervejinha sabe que é pesado querer evitar cerveja em uma festa com amigos né? Tipo…
“Ahh toma aí uma cervejinha!”
E aí você acaba se tornando uma pessoa que “não faz nada”, “não come”, “não bebe” etc. Acaba meio que atrapalhando a socialização. Quando a pessoa as vezes não deixa de sair na verdade. Já é um outro perfil…
A pessoa sabe que ela não vai evitar, mas como ela quer evitar, então ela evita de sair! O que eu acho que é pior ainda, porque se você fala para as pessoas, uma hora elas passam a ter respeitar, pois é o que elas deveriam fazer.
Glicia (Psicóloga): E aí uma coisa muito importante que a gente tem que pensar: estamos falando de uma pessoa que deseja emagrecer. A gente não está falando de alguém que tem algum transtorno alimentar!
Porque uma pessoa que tem um transtorno alimentar como por exemplo uma bulimia ou uma anorexia em alguns momentos ela realmente não consegue enfrentar essa comida.
Então num certo momento do tratamento ela acaba tendo mesmo que ficar um pouco reclusa até que ela consiga encarar esses espaços.
Glauber: Então é comum nesse tipo de tratamento estimular as pessoas a ficarem um pouco mais reclusas?
Glicia (Psicóloga): Depende, pois é bem relativo, mas em alguns casos sim. Agora, porque que eu dei esse exemplo…
Porque a gente está falando de uma pessoa que quer emagrecer. Então para o emagrecimento a primeira coisa que a gente deveria pensar é na saúde dessa pessoa.
Glauber: Com certeza!
Glicia (Psicóloga): Não pensar no emagrecimento, mas sim pensar na produção de saúde como objetivo. E aí em consequência dessa promoção de saúde, o emagrecimento, mas como as pessoas querem emagrecer rápido…
Glauber: Bem rápido!
Glicia (Psicóloga): Como falam com você?
Glauber: “Preciso perder 10, 15, 20, até 30kg urgentemente! Tem alguma dica pra mim?” Aí você passa geralmente uma dica para a pessoa, na verdade eu passo muita coisa, no meu blog tem muita coisa! Aí a pessoa diz…
“Ahh não tem um cardápio? Algo mais prático…”
A pessoa tem tanta necessidade da coisa que ela não se dá nem o trabalho de ler um artigo com algumas palavras amais do que a média aí um post de facebook ou um tweet.
Glicia (Psicóloga): Então do que a gente está falando? A gente está falando de uma pessoa que não está bem com o corpo que acha que a forma do corpo dela é o maior problema que ela está enfrentando. Mas no meu ponto de vista não e isso!
Por isso que eu entendo que essa pessoa não precisa ficar reclusa nesses momentos de lazer, nesses momentos de festa. Nesse período de dieta para emagrecimento, com esse objetivo. Não é uma coisa que vai ser rápida e não precisa ser rápida.
Porque o que você quer (e o que deve ser pra funcionar e pra ter sucesso nesse processo de emagrecimento) é promover saúde! O objetivo é esse! E quando a gente fala de saúde a gente não fala só dos exames estarem certinhos.
A gente fala de um emocional equilibrado, de uma pessoa que tem prazeres e aí encontra prazeres em diversas situações da vida! A gente olha pra essa pessoa num aspecto geral!
Não só se a alimentação dela está correta, se os exames estão certinhos e o peso se encaixa em determinada tabela ou padrão. O corpo está nesse padrão ou outro e tal.
Então é isso que eu penso: não é possível fazer uma dieta restritiva que impede momentos como esses. Não é sustentável, como você mesmo disse.
Glauber: Exatamente! Não tem como você manter isso a longo prazo. Mais alguma coisa para concluir esse tópico?
Glicia (Psicóloga): Pra concluir, uma coisa que tem que reforçar muito: um processo de emagrecimento é consequência de uma dieta, de um regime alimentar, que promova saúde.
Não um “corpo bonito” entre aspas, aquilo que é entendido como um corpo bonito!
Glauber: É… e as pessoas tem que entender as limitações delas mesmas, tipo ficar se baseando na amiga magra é uma péssima ideia e acontece muito! A gente já falou dessa questão da associação de sofrimento e restrição, essa coisa de ficar controlando tudo por números que não faz bem pra nossa saúde emocional.
E você falou que tem que estar bem com a saúde emocional e eu costumo sempre dizer uma coisa…
Sentir-se leve começa na cabeça!
Para o processo de emagrecimento funcionar como um todo, primeiro você precisa trabalhar a parte emocional pra ter sucesso. E é um ponto em que eu vejo muita gente errando, pois eles se submetem a qualquer tipo de solução milagrosa de emagrecimento que coloca o corpo em primeiro lugar e ferra o emocional!
Aí a pessoa no fim do processo está desgastada emocionalmente e volta tudo de novo depois, no final das contas. Então esse desgaste emocional é muitas vezes causado por um outro tópico que eu separei pra gente discutir…
“Não pode comer nada!”
Na verdade a gente até já falou disso englobando nesses outros tópicos né? A gente já falou dos 3 primeiros tópicos que eu tinha separado, que eram…
- Sofrimento e restrição associados a dietas para emagrecer convencionais.
- Controle obsessivo e neurótico em contar tudo: calorias, porções etc.
- “Não pode comer nada!”
Tudo que gera todo esse desgaste, foi o que a gente falou aqui agora nessa primeira parte. Agora a gente vai começar falar de outros tópicos…
SE AS DIETAS NÃO DÃO RESULTADOS, LOGO ACUSAM OS PRATICANTES DE FALTA DE FORÇA DE VONTADE
Glauber: E vamos continuar falando dessa parte emocional, na verdade, essa entrevista é sobre a parte emocional. E a questão da “falta de força de vontade” é uma coisa que todo gordinho escuta, eu já escutei muito isso na minha vida…
“Ahh você não está fazendo o suficiente, tem que ir na academia suar a camisa.”
“Tem que fazer a dieta rígida e se você não consegue fazer isso é falta de força de vontade!”
O cara que fala isso e tem uma facilidade maior de emagrecer não imagina a injustiça que ele está cometendo com o cara lá que tem predominantemente mais facilidade de ser gordinho e dificuldade de controlar o peso. Eles acham que todo mundo é igual né?
Glicia (Psicóloga): É uma questão muito complexa e a gente precisa olhar muito pro contexto histórico social que a gente vive. O gordinho, o gordo, atualmente é visto como uma pessoa sem força de vontade, que não se esforça, uma pessoa folgada.
Glauber: Exatamente! Preguiçosa…
Glicia (Psicóloga): E isso infelizmente acaba estando na gente também. A gente tem que lutar contra esse pensamento automático! Não dá pra dizer que não…
Glauber: O próprio gordinho discrimina o gordinho! Eu quando era gordinho, olhava alguém mais gordo e pensava…
“Como que o cara chegou nesse ponto?”
Sendo que eu estava a um passo de chegar nesse mesmo ponto.
Glicia (Psicóloga): Tudo isso é consequência dessa construção social onde o gordo tem o maior problema do mundo, essa pessoa. Ela está assim porque “é culpa dessa pessoa, porque ela não fez o que tinha que fazer, porque ela não se cuida, porque ela é relaxada.”. Enfim!
E aí a gente vê consequências disso terríveis. O gordo é discriminado no mercado de trabalho. Quando a gente vê… eu falo a gente porque é o primeiro pensamento que a gente tem e precisamos lutar contra isso!
A gente vê uma mulher gorda na praia de biquíni…
Glauber: “Como é que ela tem coragem?”
Glicia (Psicóloga): Exatamente!
Glauber: Eu escuto muito isso.
Glicia (Psicóloga): A gente pensa “como é que ela tem coragem de fazer isso” porque aciona na gente toda essa construção automática. Essa relação que é feita entre gordo e coisa ruim! Gordo e sofrimento, a gente não aceita que um gordo seja feliz. E a gente precisa começar a aceitar!
Glauber: É fundamental! Eu nunca vi um hipopótamo lá tomando banho na água triste. Ele está lá felizão e a girafa não discrimina ele!
Glicia (Psicóloga): Então aí eu acho que esse é um dos fatores que faz a gente olhar pra pessoa e dizer…
“Se não deu certo a sua dieta é porque você não tem força de vontade!”
Eu acho que uma outra coisa que também está relacionada a isso é essa exigência que o corpo da pessoa tem que ser de tal forma. Então a gente já olha pra uma pessoa gorda na academia e pensa…
“O que ela esta querendo se transformar? Ela está querendo se transformar numa dessas de revista!”
Glauber: É porque não aceita que ela está querendo ser uma versão melhor dela mesmo, que é o correto.
Glicia (Psicóloga): Quando a gente vê essa pessoa que está lá há 1, 2, 3 meses e ela não emagreceu. Aí é isso que a gente fala…
“Não fez nada certo, falta de força de vontade!”
Aí a gente não sabe das outras variáveis. As dificuldades que ela enfrenta e também talvez ela tenha tido resultados, mas o resultado que ela quer não é necessariamente no corpo. Entende?
Glauber: Entendo! Até porque o objetivo primário, como a gente falou, deve ser visar saúde, o emagrecimento acaba sendo consequência. Eu costumo brincar dizendo que a primeira regra pra você emagrecer rápido é você não ter pressa.
Porque acaba gerando uma ansiedade e a pessoa fica pensando só naquilo e parece que o resultado não vem dessa forma, pois ela fica esperando mais do que as vezes vem.
As vezes está vindo resultado. Ela não está mensurando direito e ela não percebe o resultado dela na verdade.
Glicia (Psicóloga): Aí outra coisa! Eu lembrei até do último artigo que eu escrevi pro site. A gente fala que a obesidade e o sobrepeso é uma questão multifatorial.
E a gente vive em um mundo que produz obesidade. Porque é um mundo que vende comida como sinônimo de felicidade! Eu escrevo até isso lá…
Que a gente vê as propagandas maravilhosas, todo mundo com a mesa cheia. Várias coisas são desconsideradas, mas enfim! A mesa cheia, todo mundo comendo magrinho e feliz sem problema nenhum.
Glauber: A própria Coca-Cola tem nas propagandas uma associação muito grande com felicidade. Tipo, eu não diria que uma pessoa que toma Coca-Cola todo dia e desenvolve gastrite ou fica obesa fica feliz como na propaganda.
Está gostando deste artigo?
Então você vai gostar ainda mais da nossa série especial em vídeo...
Glicia (Psicóloga): Com certeza! E aí algumas pessoas, como a gente sabe, manifestam o prejuízo que esses alimentos causam no corpo, engordando. Bom, um dos sintomas desse problema todo que é essa comida que tem sido vendida atualmente como saudável…
Que a gente sabe que não é saudável de forma alguma!
Glauber: Pra não falar uma palavra feia!
Glicia (Psicóloga): Então, de forma alguma é saudável! Que traz muito prejuízo pro corpo e a gente sabe pois a gente sente no nosso corpo isso. Antes a gente estava meio anestesiado, aí mudamos à alimentação, passamos a comer uma comidinha mais saudável…
E aí a gente acaba sentindo as consequências dessa comida que traz muito prejuízo pra saúde com muito mais facilidade.
Glauber: E uma coisa importante de falar é que uma alimentação mais saudável como a Glicia falou tem N variações. Aí vai depender muito de quem vai te falar o que é uma alimentação saudável.
Eu mesmo já tive problemas de ronco, apneia e fiz exames. E aí a recomendação que eu tive da médica era de ter uma alimentação mais saudável. Então eu comecei a ter uma alimentação mais saudável da forma convencional que a gente aprende…
Troca tudo por integrais, evita gordura e aquela coisa toda! E vai na academia e se esforça.
Aí você é percebido como uma pessoa esforçada: “Pow o gordinho é esforçado!”
Mas aí quando você passa a aplicar algo diferente e eu já recebi relato de leitores do blog reclamando disso até. Que você passa a não se exercitar tanto quanto eles dizem que você precisa. Porque realmente não precisa!
Você passa a não se restringir na alimentação da forma como eles dizem que você tem que ficar lá neurótico com calorias e quantidades. E o primeiro impacto de amigos, familiares, colegas e tal. É falar…
“Antes era um gordinho esforçado, agora é folgado de vez!”
Aí depois quando você começa a ter resultado as pessoas: “Ãhhh”!
Por que eles realmente tem associado: “Gordinho, você tem que sofrer pra ter resultado!”.
Se você está conseguindo isso sem se esforçar como eu acho que você tem que sofrer: “Não tá certo, você é um folgado!”.
Glicia (Psicóloga): Pois é! E esse sofrimento as vezes, pra mim, soa um pouco como punição.
Glauber: Sim!
Glicia (Psicóloga): “Você seu gordo ridículo, doente, problemático. Você fez tudo errado, agora você tem que sofrer!”. Exatamente essa culpabilização que você trata tanto lá no site.
Glauber: “A culpa não é do gordo!” eu costumo dizer.
Glicia (Psicóloga): E quanto isso gera sofrimento, como a gente percebe, como as pessoas chegam na clínica com essa dor de corpo inadequado, de uma vida inteira sonhando com tal corpo de tal forma. É uma coisa muito cruel!
Por ter sentido isso e por dividir isso com as pessoas que eu atendo atualmente. É muita dor! Eu acho que você também já sentiu né?
Glauber: Sim, sim! A gente se sente sempre inseguro, meio rejeitado. Por conta de que você não se encaixa. É “engraçado” principalmente quando você é mais novo né. Quando você cresce até à adolescência que é a pior fase pra isso…
Aí você acha que ninguém olha pra você! No caso das meninas: “Ninguém vai me querer!”. No caso dos caras: “Pow nenhuma menina…”. Na verdade, pros caras ainda é até menos pior porque não tem tanta cobrança social.
Glicia (Psicóloga): Pois é! Se a gente for falar disso também dá um outro vídeo de 5 horas.
Glauber: Pois é! Então essa questão…
Glicia (Psicóloga): Da força de vontade? Posso só concluir?
Glauber: Pode!
Glicia (Psicóloga): Eu acho que é uma coisa que está muito ligada ao preconceito que existe com a pessoa gorda.
Glauber: Sim, sim!
Glicia (Psicóloga): Então não e só falta de força de vontade! Junto dessa coisa de falta de força de vontade vem um tanto de outros julgamento que só dificultam realmente que essa pessoa consiga promover saúde e em consequência disso emagrecer.
Glauber: Entendo! E é aí que se mora a dificuldade em conseguir emagrecer. Um emocional carregado não vai conseguir (ter resultados). Você pode ter o melhor conhecimento técnico sobre alimentação, emagrecimento e tal.
Mas se você não tem o estímulo necessário, aquela coisa que te faz querer realmente querer. Aí você só fica recebendo crítica… Enfim!
Tá desgastado já emocionalmente e você pode ter o melhor conhecimento, mas o que as vezes faz a diferença é essa abordagem emocional pra você conseguir aplicar as coisas.
O PROBLEMA EM TER QUE APRENDER A GOSTAR DO QUE NÃO SE GOSTA E DOS GRUPOS DE (DES) APOIO DAS DIETAS
Glauber: Então vamos agora falar dessa questão que a gente estava falando agora pouco. Essa questão do sofrimento, é uma punição. Eu acho que uma das maiores punições de quem começa um dieta e se sente na obrigação de cumprir a penitência que eu falo é a questão do “Você tem que se acostumar com o que é ruim!”.
Pow eu odiava pão integral, arroz integral…
“Mas você tem que comer isso porque isso é bom pra você. Você tem que comer aquela comida sem gordura, aquela comida seca porque você tem que aprender gostar disso se quiser ser saudável e magro!”
Só que aí entra um outro ponto né… Como que isso é sustentável? Como você mantém algo que você não gosta? Eu não gosto de tomar uma porrada na cara todo dia, como eu vou manter isso a longo prazo? Não tem como né?
Glicia (Psicóloga): Não! Não tem como. E aí a gente vive, acho que a maioria das pessoas vive, uma vida tão corrida, tão chata em alguns momentos. E porque o momento da alimentação tem que ser assim?
Glauber: Só tem o Faustão na televisão! Essas coisas né?
Glicia (Psicóloga): Pois é! Poxa, comida não é só o nosso combustível. Claro que também é, a gente come pra se alimentar, mas a gente não é igual carro que é só colocar a gasolina e pronto que a gente funciona. A comida vem carregada de várias outras coisas!
Glauber: E aí ela pode vir batizada e motor dar pane! Esse é um problema sério.
Glicia (Psicóloga): Pois é! Mas a comida é conforto emocional, a comida é socialização, a comida é um monte de coisa que a gente não tem como fugir disso. É assim, a gente senta em volta da mesa pra compartilhar um momento ali com a família.
A gente sai com os amigos pra tomar uma cervejinha e comer um petisquinho lá no boteco…
Glauber: Com o torresmo você pode ficar despreocupado!
Glicia (Psicóloga): Pois é! A gente bate papo em volta da comida. E poxa, porque que no almoço, no dia-a-dia, no cotidiano a gente não pode ter prazer com o que a gente come? Opções têm!
E aí a gente busca conhecimento e não um cardápio que te limita a esse combustível apenas. A gente busca conhecimento pra conseguir variar de forma autônoma. Pra você não ser empurrado por qualquer coisa que aparece na sua frente.
Glauber: Você tem a lista de alimento saudáveis e você vai escolher aquilo que melhor se adapta ao seu paladar, ao seu gosto. Você não vai ficar preso a algo que você não gosta!
Glicia (Psicóloga): É importante pensar nisso, porque dieta, no meu ponto de vista, ela tem que ser educação! Eu não estou nem falando de REeducação!
Glauber: É educação mesmo! Porque eu acho que nunca teve uma educação (pra possibilitar a REeducação) alimentar.
Glicia (Psicóloga): Pois é! A gente precisa mudar realmente muitos comportamentos e se educar, buscar conhecimento. Porque, em grande parte dos casos, quando a gente ouve falar de reeducação alimentar o que a gente vê é mais uma vez: reeducar de tal forma!
Glauber: De quantidade mesmo! É aprender a comer pouco a reeducação alimentar né?
Glicia (Psicóloga): É! Não é uma coisa que vai te dar ferramentas pra enfrentar todas as situações da vida. Que vai te dar conhecimento pra fazer essa escolha autônoma que eu estou dizendo.
E escolha autônoma é diante do alimento pensar! É construir esse pensamento que seja automático, mas que seja pensado! Racional, vamos dizer assim.
Glauber: Quem tem um embasamento mais sólido né? Não igual a dieta do abacaxi: “Come tantos abacaxis aí porque…”
Glicia (Psicóloga): “Porque vai fazer bem.”. Não! É você conseguir pensar: “Nesse momento que eu estou aqui no aniversário…”
A gente tá falando sempre do que foge da rotina, mas vamos pensar no dia-a-dia no restaurante que é o que acontece comigo. Alguns dias da semana eu almoço no restaurante, a ideia é conseguir passar por aquela tanto de coisa do restaurante e escolher o que pra mim, nesse momento, é importante.
O que vai me fazer bem depois que eu voltar direto para o consultório. E eu preciso estar despertada! Eu preciso estar acordada pra atender os meus clientes se não imagina…
Glauber: Dependendo da droga (carboidrato) que você escolhe você volta pro consultório lesada né?
Glicia (Psicóloga): Aí é conseguir passar ali pelas coisinhas do self-service e escolher a saladinha…
Glauber: Ou como diriam alguns: “Serve-serve”.
Glicia (Psicóloga): E mesmo quando eu vejo um queijinho frito (empanando) que tem lá no restaurante que eu almoço e que é destruidor! Mas pegar um queijinho e colocar no meu prato e saber que é um dia da semana que eu vou comer.
E comer sem sofrimento aquele queijinho sabe? Isso é autonomia! E não é também de “hoje pode”.
Glauber: Conhecimento gera autonomia né?
Glicia (Psicóloga): Exatamente! Não é essa coisa “ahh hoje pode!”. Não! É neste momento eu quero e vou comer. Sem dor, sem sofrimento. Porque o que eu estou buscando é saúde!
Não é um corpo maravilhoso e perfeito que não combina com a realidade.
Glauber: Ela deu o exemplo do queijinho, mas vamos supor que fosse uma coxinha ou um doce. Eu gosto sempre de citar o exemplo da coxinha! Eu não sei se você já reparou, você que me acompanha, mas é porque eu sou meio neurótico com coxinha!
Eu até tenho costume de brincar que eu tenho espírito de pobre. A gente vai nessas festas de casamento em cerimonial assim e tal, e enquanto fica passando aqueles camarões gigantes eu só fico procurando a coxinha, tipo, eu tenho problemas!
Mas aí a pessoa acabava evitando aquele alimento naquele momento, seja lá o que for: um doce, um bolo etc. Aí ela vai ficar pensando naquilo porque ela não satisfez a vontade dela.
Porque as vezes a vontade, como você falou, é um pedacinho. Vai prejudicar um pouquinho, mas você tem noção do nível que vai prejudicar. E já quando você fica pensando naquilo o dia todo, no outro e no outro…
Até que chega um ponto em que você vai e ataca um bolo inteiro, ao invés de um pedacinho, pra descontar tudo que estava acumulado. E aí você come igual um louco e fica com sentimento de culpa depois que você come. O que é ainda pior né!?
Glicia (Psicóloga): Isso! Então eu acho que isso é uma coisa muito importante de conversar e você fala muito disso também né. É vontade de comer aquela coisa, de experimentar aquela coisa, de sentir o sabor daquele queijinho crocantinho.
Não é vontade de pegar a bandeja de queijo e comer ela inteira. Que é uma coisa extremamente natural! A gente tem esse mecanismo na gente. Que é esse mecanismo de saciedade…
Eu sinto fome (ou sinto vontade de comer), como e satisfaço a minha vontade. Não é uma coisa adoecida!
Glauber: Compulsiva! O Ciclo da fome. Pra você que está vendo esse vídeo pela 1ª vez e não tem contato com o conteúdo que a gente divulga lá no blog – Obeso Emagrece – é importante você saber que alguns alimentos, os carboidratos, não todos, mas carboidratos ruins…
Eles te prendem em um ciclo vicioso de fome e ai você acaba comendo feito um “louco” mesmo. E as pessoas que estão de fora as vezes não entendem, acham que é gulodice igual eu costumo escutar muito.
Não entende que a pessoa realmente sente fome e ela não está comento por “esporte” somente. As vezes é, mas muitas vezes, na grande maioria dos gordinhos que comem muito, é muito difícil comer pouco de uma hora pra outra com o mesmo tipo de alimento que eles estão comendo.
Porque esses alimentos estimulam o ciclo vicioso da fome! Eu vou deixar alguns links aqui abaixo pra você entender melhor isso que eu estou falando.
Glicia (Psicóloga): Sim pois é! E é bom ressaltar isso por quê? Porque as vezes parece que a gente está falando de uma dieta realmente convencional. As informações acabam sendo um pouco parecidas, mas com algumas (quando a gente fala dessa parte do emocional) sutilizes extremamente importantes! Por quê?
A gente está falando de um processo de DESconstrução e REconstrução de um modo de estar diante dessa comida de forma natural. Da comida não ser um problema, pois ela se transformou em um problema.
Glauber: Isso é assustador né? É como se respirar fosse um problema… “Eu não posso respirar muito agora.”
Glicia (Psicóloga): E esse processo de reeducação – que eu não gosto desse termo na verdade, pois eu penso que é educar-se para viver com essa comida como deve ser, naturalmente! – É uma coisa que você tem mecanismos pra controle da convivência e interação com a comida.
Glauber: Vai depender se a gasolina e batizada ou aditivada pra funcionar direitinho usando a analogia feita anteriormente. Bom, outra coisa muito importante que a gente pode começar falar é a questão dos grupos de apoio que muitas dietas têm.
Eles se reúnem para ganhar estrelinha, ver quem foi melhor etc. Brincadeiras à parte, eu percebo nessas práticas de grupo de apoio… Tipo grupos de apoio existem pra essa questão dos narcóticos, tem o AA, alguém que é viciado em alguma coisa etc.
Têm esses grupos que o pessoal se reúne. E as dietas têm os grupos de apoio da dieta. Que na maioria das vezes parece mais um grupo de DESapoio né?
Glicia (Psicóloga): Então, pra gente não ser injusto, temos que dizer que esses grupos funcionam, e funcionam pra muita gente! Porque são métodos que existem a muito tempo, tanto que um desses, o vigilantes do peso – eu participei quando era adolescente.
Pra mim foi uma experiência terrível! Que só produziu muito mais angústia e muito mais vontade de comer.
Glauber: Foi baseado em situações como essa que eu falei da questão do DESapoio, mas explica o por quê.
Glicia (Psicóloga): Pois é! Pra mim e várias pessoas que eu conheço, acaba sendo mais uma forma de sofrimento, de julgamento. Porque eu não consigo entender como que pode fazer bem a uma pessoa se pesar e fazer ali uma classificação de quem perdeu mais e quem perdeu menos.
Aí a pessoa que está lá coordenando o grupo pergunta:
“Fulana quanto é que você perdeu?”
– 1 kg!!!
“Fulana quanto é que você perdeu?”
– 100 g…
“Fulana quanto é que você perdeu?”
– nada!
“Fulana e você?”
– Engordei! =(
Sabe é humilhação!
Glauber: E é injusto porque, como a gente sabe, a balança é a pior forma de medir resultados.
Glicia (Psicóloga): Sim pois é… E assim não é um grupo de apoio, eu não acho que seja um grupo de apoio. Eu acho que é um grupo aonde são repetidas muitas das construções históricas que a gente têm falado.
São reproduzidos ali nesses grupos esse julgamento, informações que a gente sabe que não funcionam pra todo mundo. Essa coisa da força de vontade, nesses grupos acaba sendo muito reproduzido isso!
E eu não vejo acolhimento não, não vejo. Muito pelo contrário, eu vejo apontamento, julgamento do que é certo e o que é errado. Tenta colocar todo mundo no mesmo saco, não existe uma relativização dessa coisa do peso.
Glauber: É um ponto de vista único que se aplica a todo mundo, sendo que a gente sabe que não é bem assim que a coisa funciona né?
Glicia (Psicóloga): E sem contar que a gente, a partir da psicologia, consegue entender muito mais que ali não existe um interação grupal. É uma coisa competitiva, um querendo ser melhor que o outro.
Então gera um clima de não honestidade no que é dito. A pessoa não se sente à vontade para expressar realmente quais são as angustias e dificuldades dela. Porque a resposta é sempre muito simples…
“Ahh querida faltou um pouco de força de vontade em você né?”
Glauber: Isso que você está falando é muito interessante e me lembrou de um documentário que eu assisti essa semana chamado Happy que é sobre felicidade e aí eles falam que a gente vive em um contexto que estimula a competição entre as pessoas.
No emprego, na ostentação de ter bens e felicidade através de bens materiais. E estimula essa competição de “quem vai ser melhor”. E ao mesmo tempo que você estimula isso, mais você deixa essa pessoa infeliz, pois cada vez mais ela fica distante dos estímulos.
Tipo… “Você precisa disso pra ser feliz” e aí ela passa a vida toda atrás daquilo e vai se distanciando da felicidade. Ela nunca consegue chegar no que deixa ela realmente feliz.
Glicia (Psicóloga): E como isso vende né?
Glauber: É por isso que existe isso!
Glicia (Psicóloga): É uma feliciade sempre a ser alcançada e o tanto de dinheiro que a gente gasta pra alcançar essa tal felicidade “nossa senhora”. É uma super estratégia de marketing!
Glauber: Sim! Tipo, no meio do caminho você vai precisar de ferramentas para conseguir ser feliz. No caso do emagrecimento, por exemplo, você vai conseguir ser feliz quando você emagrecer porque é o que vende.
Aí no meio do caminho surgem várias oportunidades, um exemplo clássico é a goji berry. Ninguém conhecia isso e um cara foi lá e fez um marketing, pagou um comercial pra passar na TV ou coisa assim e virou febre. Agora pra emagrecer a gente “precisa” disso. Tipo, são coisas sem muito fundamento!
Glicia (Psicóloga): E outra coisa que está ligada ao preconceito que está em nós: “O gordo não pode ser feliz”. A menina feliz maravilhosa, gordinha ou gorda com o biquíni dela… Como que essa criatura é feliz gente? Por que ela está na praia?
Glauber: Você está falando em relação ao documentário que eu falei e essa busca da felicidade?
Glicia (Psicóloga): É… isso! A gente não aceita que uma pessoa seja feliz estando gorda, mas é só assim que uma dieta dá certo. Se você está feliz agora, se você vive todos os momentos que você pode viver nesse agora.
Porque ficar sonhando como “o que vou fazer quando estiver magra…”
Glauber: Ansiedade!
Glicia (Psicóloga): É… e várias outras angústias, imagina.
Glauber: Como diria Humberto Gessinguer…
“Sem passado nem futuro, eu vivo um dia de cada vez.” – Surfando Karmas & DNA, Engenheiros Do Hawaii
EMAGRECER A QUALQUER CUSTO PRA CABER NO BIQUÍNI DO VERÃO, NÃO! BUSCAR SAÚDE SEMPRE, SIM!
Glauber: Então vamos falar de um outro ponto que é importante e a gente já comentou brevemente, mas a gente pode falar como isso prejudica. Eu não sei se tem mais muita coisa pra acrescentar, que seria as promessas de transformação corporal baseadas em outras pessoas.
Eu até brinquei agorinha lá atrás como se o leão que é diferente da girafa, ficasse puto da vida porque ela não consegue ser igual ela.
Glicia (Psicóloga): Sim! Eu estava esses dias em casa (eu ate chamei minha mãe pra ver isso) vendo notícias na internet. E aí eu vi uma notícia falando que a Liv Tyler está gorda, sabe aquela mulher maravilhosa?
Glauber: Filha do Steven Tyler. Para quem não sabe, ele é o vocalista do Aerosmith e tal.
Glicia (Psicóloga): E aí a reportagem estava dizendo que essa mulher estava gorda. Eu chamei minha mãe pra ver… Mãe vem cá olha isso: “Essa mulher tá gorda pra esse jornal”. Aí estava falando que ela envelheceu…
Glauber e Glicia (Psicóloga): Óhhhhhh
Glauber: O tempo passou!
Glicia (Psicóloga): E ela estava gorda… Ela continua maravilhosa com aquele sorriso do pai.
Glauber: Aí eu já não sei porque eu acho um pouco assustador.
Glicia (Psicóloga): Os dois são lindos! E aí dizendo que essa mulher estava gorda eu fiquei me imaginando e falei assim…
“Bicho, imagina como eu seria criticada por essas revistinhas…”
Não tem corpo mais, só o corpo “Photoshopado” que é aceito por essas revistas. Tem um vídeo muito interessante que eu vi como eles produzem as capas. Eles pegam uma mulher pequenininha e começam a esticar ela no Photoshop e tal pra se encaixar naqueles padrões.
Veja o vídeo logo abaixo:
Glicia (Psicóloga): Encaixar ou afinar?
Glauber: É afinar né… o que vende, provavelmente deve ter toda uma pesquisa de marketing por trás.
Glicia (Psicóloga): Algumas partes tem que crescer, tipo o lábio cresce! É um padrão irreal e muito bem delimitadinho. Quando a gente vai pensar, por exemplo, em tratamentos de beleza. Se você for em uma estética, tem tratamento pra tudo!
Pra clarear a manchinha de sei lá da onde que você tem e que não pode ter. Uma coisa que pra mim é bizarra: clarear a virilha! Tem tratamento pra isso. Pra você ter noção de como o corpo “tem quer ser” milimetricamente padronizado.
E a vida não é assim poxa! E quando a gente começa a se descolar disso, nós mulheres principalmente. A gente é capturada por esses modelos.
Glauber: A cobrança é maior e tal.
Glicia (Psicóloga): E aí a gente acaba funcionando assim sem nem pensar, até que alguma coisa traga essa outra informação e esse modo de vida. Esses questionamentos…
“Pera aí, mas porque o meu corpo não é bonito?”
“Porque eu não me sinto bem com meu corpo? Poxa! É meu corpo…”
Um tanto de coisa que eu já vivi com esse corpo, são as minhas diferenças, é isso que me faz Glicia.
Glauber: Exatamente! O Problema é que na adolescência você não pensa nisso em nenhum momento. Você simplesmente é bombardeado, massacrado e injustiçado por isso.
Glicia (Psicóloga): E não só na adolescência né, porque é difícil demais a gente se livrar disso.
Glauber: Sim!
Glicia (Psicóloga): Porque está em tudo! A gente entra em uma loja pra comprar roupa e a roupa G não cabe porque o seu corpo e um corpo de “Plus Size”.
Glauber: Até porque eles fazem as roupas , as formas, em um padrão meio que reducionista né?
Glicia (Psicóloga): Menor né?
Glauber: É!
Glicia (Psicóloga): Mas aí outros padrões vão sendo criados né. Essa coisa do “Plus Size” é isso. A gente precisa atender esse mercado porque pessoas com sobrepeso e obesas são 50% da população do Brasil.
Está gostando deste artigo?
Então você vai gostar ainda mais da nossa série especial em vídeo...
Glauber: Tá mais que 50% na última pesquisa Vigitel que saiu, estamos subindo, é mais da metade os preceituais!
Glicia (Psicóloga): Pois é, tem que atender essas pessoas, mas ainda assim em uma loja específica você vai ser atendida. A loja da magrinha não é a loja da gordinha.
Glauber: É quase como separar banheiros para brancos e para negros né? Lojas para magros e lojas para gordos.
Glicia (Psicóloga): Etão é mais um motivo de muito sofrimento, mais emoções difíceis de lidar e o que é a primeira coisa que aparece em nossa frente? É a comida e é qualquer comida pra satisfazer essas questões emocionais.
Glauber: Até porque a comida pode ser encarada como um vício também, é uma droga né! Então a melhor dica que a gente tem aí nesse ponto é tentar ser a melhor versão e não se basear nesse padrão louco. Porque como a gente conversou aqui agora, esse padrão é louco!
Glicia (Psicóloga): É se olhar, se descobrir, perceber quais são as suas características, aceitar que esse é o seu corpo, que é com esse corpo que você vive experiência boas, prazeres, que você construiu a vida até aqui.
E entender que se você quer que esse corpo seja melhor você pode fazer isso, mas esse melhor é só você quem pode definir isso. Quando é que você vai estar feliz com esse copo na forma que ele tem numa versão melhor como você está dizendo né?
Glauber: Exato!
Glicia (Psicóloga): Se essa for a vontade da pessoa de mudar.
Glauber: Então a gente entra num próximo tópico em que eu queria falar de duas coisas que é tipo assim…
“Caber no biquíni pro verão e dane-se a saúde!”
Aí a pessoa faz qualquer coisa idiota em nome disso, qualquer prática estúpida que você vê visivelmente que é ruim, como por exemplo, parar de comer e viver se alimentando de Shake ou coisas desse tipo.
E tudo em nome de se sentir bem… Só que é uma coisa muito imediatista! Porque é pra uma ocasião, por exemplo, a gente vê muito isso no verão. Se sentir bem até o verão, eles lembram de cultivar uma autoestima alta somente nesse período. É meio estranho isso né?
Glicia (Psicóloga): Eu até vi um post de Facebook assim…
“Qual é o corpo do verão? É o seu corpo no biquíni!”
É legal! Depois a gente procura pra mostrar. Porque o corpo do verão você já tem né? Agora é só colocar o biquíni e ir pra praia. É só um corpo que precisa ter e vontade de estar na praia e nada mais! E isso realmente acaba com a nossa autoestima.
E aí a gente volta a falar do nosso olhar preconceituoso pra aquela pessoa gorda, acima do peso, que está na praia feliz da vida. Jogando na nossa cara toda autoestima que ela tem!
E assim, acho que isso se relaciona muito bem, porque eu penso que a autoestima é uma coisa que está extremamente ligada com sentir-se bem, em se valorizar da forma que você é ou buscar sempre uma transformação pra você, mas sempre se olhar também com compaixão.
É uma coisa que a gente não pensa muito.
Glauber: Exatamente! Só olha pro próprio umbigo.
Glicia (Psicóloga): É, mas eu estou falando de uma autocompaixão: a gente se pune por que a gente tem internalizado essa coisa de que nós fizemos tudo errado, nós somos culpados, o nosso corpo não é padrão porque eu não fiz certinho.
E aí quando a gente adquiri algum conhecimento, percebemos que muitas vezes nós fomos capturados por esse modo de alimentação que trouxe prejuízo. Tudo isso que a gente tem conversado produz esse sintoma do sobrepeso e da obesidade.
E se a gente tem conhecimento disso a gente pensa e acaba se aceitando um pouco mais…
“Eu não sou tão culpada da forma (do corpo)!”
Glauber: É menos duro com você mesmo.
Glicia (Psicóloga): Isso! Exatamente, ser menos duro com você mesmo e entender que a gente acaba cometendo alguns deslizes. É até complicado a gente falar de deslize né?
Glauber: Na concepção tradicional, sair da dieta é um deslize. O que a gente defende, seguindo um estilo de vida, é que esses momentos são normais. Então não tem porque ficar se culpando depois de comer alguma coisa que seria um “deslize”.
Glicia (Psicóloga): Pois é… e esse negócio de corpo do verão é uma coisa muito bizarra! E a gente fala disse com naturalidade. A gente ouve a clínica de estética vendendo isso e achamos super natural.
Glauber: Sim!
Glicia (Psicóloga): Um corpo para o verão… pow é o seu corpo!
Glauber: E aí a gente acaba entrando no próximo tópico que eu separei aqui pra gente falar…
O PROBLEMA DO ESTRESSE EMOCIONAL CAUSADO PELO EXCESSO DE REGRAS E PELO CICLO SEM FIM DAS DIETAS
Glauber: Essa questão do início, meio e fim. Tipo, preciso do início, meio e fim para continuar vendendo. Por que se não tem fim, se continua, não vai vender a próxima.
Essa questão da estética, todo verão vai ter essa mesma promoção. E esse é um problema pra própria pessoa. Ela não se mantém e fica nesse vai e vem das dietas malucas, esse efeito sanfona e tal.
E esse tópico eu coloquei pra gente falar disso, essas pessoas que vivem nesse início, meio e fim mesmo. Começa uma dieta, faz e tem resultado, aí volta a comer como antes, volta a engordar de novo. E não adota uma prática sustentável para o resto da vida.
Glicia (Psicóloga): Sim! É verdade.
Glauber: Não sei se você tem muita gente que chega pra você assim no consultório. Que vive nesse ciclo: começa a ter resultado, ai começa se sentir bem, some do consultório e depois volta.
Glicia (Psicóloga): Muito, muito, muito! Tem esse ciclo também de quem some, mas muita gente não consegue sustentar essa dieta por muito tempo.
Glauber: Uma mosca aqui atrapalhando…
Glicia (Psicóloga): É uma mutuca, ela pica! Esqueci o que eu estava argumentando….
Glauber: As pessoas que vão para o consultório…
Glicia (Psicóloga): Ata! Elas vão… Acabei de sair do nutricionista e vou agora me tratar emocionalmente, ótimo! Já é um grande passo porque a maioria não faz isso. Mas é uma coisa que tem sido mais frequente: vou fazer uma dieta e vou procurar também um psicólogo pra tratar emocionalmente.
Glauber: Mas aí essa dieta da quantidade e do “cardápiozinho” estabelecido não traz um alívio emocional né? É mais uma coisa pra você se preocupar.
Glicia (Psicóloga): É… e ainda assim o objetivo dessa pessoa ainda é o objetivo irreal para o corpo dela. Então ela não vai alcançar nunca esse objetivo! Ela teve resultados, esses pequenos resultados não são valorizados.
Glauber: Aí que entra a importância de você acompanhar esses resultados. Porque as vezes quando ela não acompanha, ela nem percebe que tem esses resultados.
Glicia (Psicóloga): Isso! E aí tem essa coisa da dieta não se sustentar porque é uma dieta muito restritiva e que tem na sua composição alimentos que viciam!
Glauber: A gente está falando da dieta convencional, essas baseadas em coisas integrais e que tem muitos carboidratos.
Glicia (Psicóloga): Isso! E que não contribuem pra essa autonomia, pra regulação desse sistema de satisfação fome-saciedade e não dá certo!
Glauber: E aí ela acha que o problema é com ela, acaba desistindo até ela se convencer de novo que ela pode e aí volta pro início, meio e fim. É muito engraçado porque as dietas tem esse formato de início meio e fim. As dietas convencionais: 30 dias comendo assim, depois acabou.
Eu até estou lembrando de uma coisa que conversei com uma das minhas clientes algum tempo atrás. Vamos fazer o seguinte (era uma adolescente) a gente não vai aqui ficar pensando no quanto você vai perder de peso.
A gente não quer que você engorde mais. Então a gente vai manter aí um acompanhamento da cintura. E o nosso objetivo é não aumentar essas cintura.
Glauber: Esquece o peso!
Glicia (Psicóloga): É esquece o peso enfim! Esquece qualquer medida eu falei com ela. O nosso objetivo aqui, a nossa medida, vai ser melhorar sua saúde. Você conseguir praticar um esporte, conseguir caminhar (que ela estava reclamando disso), conseguir subir uma escada.
Conseguir caminhar com as amigas uma distância satisfatória sem estar muito cansada. Conseguir caber nas roupas que pra você é legal. Que para o adolescente então tem uma questão do pertencimento também.
Glauber: Claro!
Glicia (Psicóloga): Usar a camisa de banda que ela quer que ela não achava pro tamanho dela. Enfim! Então o nosso objetivo é promover saúde antes de tudo e aí a gente vai fazer uma desconstrução do que é saúde e tal.
E assim, a gente vai medir o resultado por um outro ponto de vista. E o emagrecimento acaba sendo sempre consequência. Sem perceber o que aconteceu!
Glauber: É aquela questão de até diminuir a ansiedade né? Que é o problema de muita gente que reclama muito…
“Ahh eu fico ansioso!”
Justamente esperando um resultado focando no ponto errado, no lugar errado. A gente já falou de Mente Leve e como isso é importante e eu coloquei um tópico aqui, já é o 10, que é o seguinte: Mente Leve X Dieta
Porque mente leve e dieta na minha concepção parecem ser coisas opostas, pois a dieta te deixa carregado! Então como que a pessoa pode ter uma mente leve preocupada com esse controle.
E aí pra “matar” tudo de uma vez só a gente pode pegar o último tópico que eu anotei aqui que é em relação ao “Excesso de Regras”. O que dificulta a aderência! Então vamos matar esses dois tópicos de uma vez só…
Mente Leve X Dietas – Parecem ser coisas opostas! Acaba gerando um problema comum que é a cabeça pesada que atrapalha no emagrecimento, as dietas.
E esse excesso de regras dificulta a aderência nas dietas e consequentemente acaba deixando sua mente pesada. Então se sentir-se leve começa na cabeça, a dieta com todo esse excesso de regras, parece ir na contramão dessa proposta de começar o emagrecimento pela cabeça.
Glicia (Psicóloga): Pois é! A gente precisa pensar em uma coisa muito importante: ninguém é igual a ninguém. A vida de ninguém é exatamente igual a vida do outro. E esse excesso de regras, trás um excesso de regras IGUAIS para todo mundo.
E não é a vida de todo mundo que se encaixa nessas regrinhas.
Glauber: Acho que você já falou comigo em uma outra conversa, questionando todo o projeto de emagrecimento de alguém. Aí questionou…
“Você não fazia nada quando você emagreceu? Você só fazia coisas pra emagrecer?”
Porque parece que tem tanta coisa pra fazer que a única coisa que a pessoa faz na vida é se dedicar ao emagrecimento. Ela nem trabalha!
Glicia (Psicóloga): Isso exatamente! Era até um blogueira famosa aí atual. Aí uma pessoa fez essa pergunta pra ela que me chamou muito a atenção…
“Você não fez mais nada enquanto você fazia dieta?”
Tanta coisa que tem que fazer que não dá… Eu vou ter que parar de trabalhar, parar de cuidar dos meus filhos, parar de cuidar da minha casa pra conseguir fazer o que você fez.
Glauber: Um acompanhamento de uns 5 profissionais pelo menos. Igual você falou é pra cada coisinha uma especialidade, uma manchinha…
Glicia (Psicóloga): Isso, muito específico!
Glauber: Tem um especialista pra cada coisinha e o mais bizarro de tudo é que esses especialistas não se comunicam entre si. Aí tipo, rola um ruído muito grande na comunicação!
Glicia (Psicóloga): O nutricionista fala: “Pow psicóloga! Você tá falando de dieta com o seu paciente? Você tem que mandar ele pra mim pra fazer isso…”. A psicóloga fala: “Pow nutricionista! Você tá tratando o seu paciente emocionalmente?”.
Glauber: Aí o cara da academia: “Pow você tá seguindo essa dieta maluca aí? Isso não funciona…”.
Glicia (Psicóloga): O ideal é que todos eles conversassem e esse conhecimento se atravessasse. Mas o que eu entendo por leveza?Eu entendo que leveza é maleabilidade! Leveza é conseguir transitar levemente entre um espaço e outro. Entre um momento da vida e outro.
Então não é possível uma coisa (alimentação e comida) que está tão ligada a todos os espaços que a gente vive todos os espaços que a gente habita, ser tão regrada. Não é possível! No meu ponto de vista é uma coisa que tende ao fracasso.
E tende a trazer dor, sofrimento e ansiedade e compulsão e tudo mais que a gente vive reclamando que ferra a dieta.
CONCLUSÃO
Glauber: Pra não falar a palavrinha de novo! Então assim, pra gente concluir nosso bate-papo, a ideia de começar sentir-se leve pela cabeça já começa pela abertura de cabeça na forma de pensar, de ver as coisas.
Porque quando a gente está perto do problema, não conseguimos enxergar um jeito diferente, uma solução diferente.
Glicia (Psicóloga): Tá no olho do furacão!
Glauber: Aí você começa a olhar de uma outra perspectiva, de um outro ponto de vista. Você começa a ver que muitas vezes a gente está trocando 6 por meia dúzia e nem percebe. Então eu acho que o primeiro passo pra começar se sentir leve é começar questionar mesmo.
Será que essa dieta convencional que eu tento dá resultado? Até pode dar sim resultado! Muita gente pode comentar e falar…
“Ahh mas eu já tive resultado seguindo uma dieta assim!”
Ótimo! Se funciona pra você belza, se o peso não volta etc.
Glicia (Psicóloga): E se você está afim de tanta restrição, se você está afim de se punir, se você está afim de enfrentar essa imposição.
Glauber: Tem gente que é masoquista, tem gente que gosta. Eu acho uma merda!
Glicia (Psicóloga): Tem gente que é extremamente disciplinada e dá conta de fazer isso.
Glauber: Mas a maioria das pessoas não, a maioria das pessoas reclama que tem uma vida corrida e não sei o quê. Então fica assim, como conclusão aqui desse bate papo, você buscar uma forma diferente de enxergar as coisas.
E o que a gente gosta de defender muito lá no Obeso Emagrece é a questão do estilo de vida mesmo. Da educação alimentar, de você conhecer as coisas e não simplesmente buscar uma receita pronta pra seguir.
Esse que é o papel da psicologia também né? Gerar uma certa autonomia na pessoa…
Glicia (Psicóloga): Exatamente! É fundamental em qualquer processo terapêutico e em qualquer processo de mudança também. Precisa de autonomia porque o psicólogo não vai estar do seu tempo o lado todo, o nutricionista não vai estar ali em cima de você.
Glauber: Não vai ligar: “Me ajuda!”
Glicia (Psicóloga): Exatamente!
Glauber: As pessoas acabam se tornando muito dependentes com esse modelo de dieta. Na verdade, com esse modelo de vida que a gente cresce acostumado.
Glicia (Psicóloga): Exatamente!
Glauber: Bom então e isso! O bate papo foi isso aí com a psicóloga Glicia Pandolfi. Eu acho que foi bem bacana, bem produtivo e acho que pode ajudar bastante você que está assistindo aí do outro lado se você tem dificuldade pra emagrecer, até mesmo sabendo o que você tem que ser faito.
É possível que você já conheça esse estilo de vida que a gente já defende, mas as vezes você não consegue aplicar ele porque falta aquele ponto de virada pra você realmente começar a fazer o que tem que ser feito.
Eu espero que esse bate papo tenha ajudado você, eu espero que você tenha gostado da presença da psicóloga Glicia Pandolfi que contribuiu bastante com muitas coisas bacanas, muitas ideias legais a gente trocou aqui.
E é isso! Até o próximo bate-papo/entrevista que a gente marcar e se ficou alguma dúvida ou se você gostou deixa um comentário aqui abaixo. A Glicia vai responder também se for uma pergunta direcionada pra ela, se for pra mim eu respondo também.
Então é isso! Alguma mensagem final que você gostaria de deixar pro pessoal Glicia?
Glicia (Psicóloga): Acho que quando a gente tá conversando, acabamos falando de muita coisa e talvez algo tenha passado mais rápido, num jeitinho mais nosso assim!
Glauber: Mais acelerado!
Glicia (Psicóloga): Então a gente conta com os comentários e as perguntas pra gente dar continuidade, pra esse papo não acabar.
Glauber: É! A gente pretende fazer mais bate papos como esse se vocês sugerirem mais temas, mais curiosidades, mais dúvidas… A gente marca mais um encontro desse.
Então é isso! Tchau pessoal, espero que vocês tenham gostado… até mais, abraço!!!
Deixe um comentário