No episódio anterior falamos da importância das gorduras para quem deseja viver melhor e emagrecer com saúde. Neste episódio daremos continuidade ao assunto, mas desta vez abordaremos quais são os tipos de gordura existentes e quais são indicados ou não para o consumo.
Caso ainda não tenha assistido o episódio anterior é recomendável que assista para complementar as informações contidas neste episódio! Depois de assistir este vídeo eu tenho certeza que você nunca mais ficará com dúvidas na hora de escolher uma boa opção de gordura para compor seu prato! Veja AGORA mesmo:
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→Caso não consiga visualizar o vídeo, segue a versão em TEXTO do bate papo que eu tive com a nutricionista Alice Dalpicolli Rodrigues neste episódio!
›Gorduras Boas
Alice (Nutricionista): Muitas vezes a gente fala: o abacate é um alimento que é gorduroso, mas é gordura saudável! O pessoal já tem esse entendimento:
Ahh você pode comer castanha que é calórico, mas ela tem a gordura saudável!
Então esse conhecimento já está sendo bem difundido. O pessoal aceita bem essa ideia.
Agora quando a gente fala que a gente come gordura saturada, quando eu digo para as pessoas que elas podem cozinhar com banha, que era o que avó fazia, que se deve acrescentar manteiga nos vegetais.
As pessoas ficam apavoradas porque compreendem ainda que a gordura saturada é uma gordura ruim. E na verdade não! Ela é uma ótima fonte de gordura, é uma gordura saudável, uma gordura natural.
Na verdade nós, seres humanos, somos do reino animal também. Então a nossa gordura também é uma gordura animal. A gente não tem como produzir uma gordura que é maléfica pra nós mesmos.
Um exemplo que eu acho fantástico e cessa com qualquer tipo de discussão é a questão do leite materno. O leite materno é essencialmente gordura saturada. Gordura pura!
E o leite é o alimento exclusivo do bebê até os 6 meses de idade. Então vêm dizer que a gordura saturada é a ruim? Eu não aceito mais!
Glauber: Com certeza! A gente já nasce literalmente comendo gordura saturada.
Alice (Nutricionista): Comendo gordura, exato. Então gordura saturada é gordura boa!
A gordura do azeite de oliva é gordura boa, óleo de coco é uma gordura que também é saturada apesar de ser uma gordura vegetal. E é uma gordura excelente! Porque ela suporta altas temperaturas de cozimento o que é muito bom.
›Gorduras Ruins
Outras gorduras que a gente DEVE evitar, seriam as gorduras trans. Essas que estão nos alimentos industrializados, produtos de panificação, biscoitos, enfim.
Glauber: As gorduras trans seriam meio que a “evolução” das monoinsaturadas. Correto?
Alice (Nutricionista): Exato! Elas entraram no mercado para substituir a gordura saturada e na verdade faz um maleficio estrondoso.
Todas as doenças que a gente tem na atualidade (doenças modernas como obesidade, síndrome metabólica, etc.) ocorrem justamente pela retirada da gordura natural dos alimentos e a inclusão dessas gorduras trans e o excesso de açúcar e de conservadores e flavorizantes para poder dar sabor aos alimentos.
Glauber: Eles falam que deixa o alimento mais sequinho, mas na verdade faz um mal enorme tirar a gordura natural né?
Alice (Nutricionista): Se a gente pegar um biscoito na prateleira do supermercado para comparar. Ele fica meses na prateleira e o sabor é sempre o mesmo. Ele é sempre crocante e sempre gostosinho porque tem muita gordura dessa péssima qualidade naquele alimento.
Se a gente pegar uma manteiga e deixar fora da geladeira, “amanhã” ela não presta mais. Ela começa se degradar porque é natural.
A margarina é outra aberração que inventaram e o pior é que existe um marketing gigantesco por trás da margarina que vende o produto como se ela fosse um alimento saudável e na verdade me dói o coração ver as pessoas comprando margarina no mercado ou no consultório quando me dizem:
Ahh eu como pão, mas eu como pão integral e eu passo margarina light!
Aí eu digo:
Que pena!
Um outro ponto sobre as gorduras ruins é a questão dos óleos vegetais. Por exemplo, quando eu faço meus alimentos em casa eu sempre tento ao máximo utilizar a gordura da manteiga, a gordura do porco ou o óleo de coco para preparar os meus alimentos.
Mas por exemplo quando um amigo convida a gente para ir a uma lanchonete ou em um restaurante. Aquele bife COM CERTEZA não foi preparado em banha de porco, óleo de coco ou manteiga.
Muito provavelmente foi feito com gordura vegetal da pior qualidade, mas é o tipo de situação que a gente é capaz de dosar. Embora seja uma gordura ruim que seja repleta de ômega 6 que é altamente inflamatório. São momentos que não fazem parte da nossa rotina.
Não serão a base da nossa alimentação! Então quando a gente consegue priorizar o consumo de boas gorduras, EVENTUALMENTE consumir gorduras de má qualidade não vai ser problema. O problema é que ela não pode ser a base da alimentação!
A gente tem que priorizar gorduras de boa qualidade que tem mais quantidade de ômega 3 que é anti-inflamatório e evitar o consumo de alimentos ricos em ômega 6 porque a proporção acaba ficando desbalanceada.
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Então você vai gostar ainda mais da nossa série especial em vídeo...›Gorduras Essências, Os Ômegas 3 e 6 e Associações Mal Feitas
Glauber: Quando você fala de ômega-3 e ômega-6 a gente está falando de gorduras poliinsaturadas correto?
Alice (Nutricionista): Exato!
Glauber: Essas são as gorduras essenciais para o nosso corpo não e mesmo?
Alice (Nutricionista): Essenciais!
Glauber: Isso me faz lembrar o que você disse anteriormente: não existem carboidratos essenciais, mas existem gorduras essenciais que o nosso corpo não produz e devemos buscar nos alimentos. A mesma coisa as proteínas!
Eu vejo muita gente, principalmente vegetarianos, defendendo muito a proteína de soja. Eles dizem que dá para substituir a carne, mas na verdade ela não tem o conjunto completo de aminoácidos que a gente também precisa né?
Alice (Nutricionista): Muitas vezes os vegetarianos pensam que podem obter essas proteínas através dos grãos. E na verdade nenhum tipo ou conjunto de grão vai ter a mesma quantidade de proteínas e o mesmo valor nutricional de alguma carne.
Não é uma troca inteligente! Claro que os vegetarianos seguem esse caminho por outros propósitos, mas não que seja um caminho mais saudável!
E o que você falou sobre as gorduras poliinsaturadas que são essenciais. Sim! As gorduras poliinsaturadas, ômegas 3 e 6 são essenciais, porém, a proporção de ômega 6 atualmente na nossa dieta ocidental padrão, é muito superior.
Na época paleolítica era de 1 pra 1 e atualmente a proporção de ômega 6 chega a ser 10, 20 vezes mais do que o ômega 3.
Essa questão que é prejudicial, então ao mesmo tempo que a gente tem que aumentar o consumo de ômega 3 a gente tem que minimizar o consumo de ômega 6 para tentar equilibrar novamente essa proporção e minimizar as inflamações que são causadas em nosso organismo.
Glauber: E pra gente conseguir esse balanço perfeito ou melhor do que é atualmente na dieta ocidental padrão a gente tem que passar a consumir mais alimentos com mais ômega 3.
Você acha que em alguma situação se faz necessário uma suplementação com ômega 3 ou no geral dá para buscar na alimentação mesmo essa proporção?
Alice (Nutricionista): Aí depende muito! Aqui na minha região, eu moro na serra, a gente não tem muito o hábito de comer peixes por exemplo. Existem regiões do Brasil em que o peixe é a base e esse é um alimento que tem uma quantidade grande de ômega 3.
São alimentos diretos do mar. Aqui se a gente for consumir algum peixe, a gente vai quase sempre pegar peixe de cativeiro. Então essa não seria uma opção muito boa de ômega 3.
Eu já li inclusive no site do Dr. Souto, e eu concordo, que a questão da suplementação com ômega 3 talvez seja uma das poucas suplementações necessárias porque os outros nutrientes, a gente acaba conseguindo através da alimentação.
Mas a ômega 3 é mais difícil de atingir a quantidade necessária. As gorduras naturais de carnes de animais alimentados com pasto, azeite de oliva, abacate e outros são alimentos que tem boa proporção de ômega 3, mas eu acho difícil a gente atingir a quantidade recomendada apenas com alimentação. Essa seria uma suplementação indicada sim!
Glauber: Até porque se a gente for comer, por exemplo, um salmão que todo mundo recomenda e diz que é um peixe saudável, mas como eu costumo brincar: eu digo que o salmão que a gente come é um peixe “tingido com tinta guache”.
Pelo fato dele também ser criado em cativeiro e alimentado com ração acaba tendo a proporção afetada (e também acaba tendo a coloração afetada!).
Alice (Nutricionista): Uma coisa engraçada é que o salmão é considerado um alimento extra saudável e tem toda essa questão que você falou. Ele é de cativeiro e ele é pintado (pra ficar com a coloração parecida com a do “original”), mas ai eu coloco uma foto do salmão no instagram e o pessoal curte e fica feliz da vida, mas quando eu coloco um bacon que, sei lá, seria 75% melhor!
As pessoas acabam parando de me seguir por que ficam decepcionadas em me vê recomendando bacon! E o bacon na verdade é uma ótima fonte de ômega 3 também.
Glauber: É mesmo!? Não sabia… É uma boa fonte de ômega 3 então o bacon?
Alice (Nutricionista): Sim… Com certeza!
Glauber: Vou aumentar minha dose então! (Risos)
Uma coisa interessante que você falou é a questão da associação. A pessoa tem associado que abacate é uma gordura boa. Porque várias pessoas já falam que abacate é bom (muitos nutricionista e médicos inclusive).
Eu li algo em que o Gary Taubes tinha escrito e ele dizia que a composição da chuleta com sua generosa capa de gordura é praticamente a mesma composição do azeite de oliva. Se for comparar a diferença é mínima! A composição do azeite é muito parecida com a chuleta.
Então o que torna o azeite mais saudável se a composição é praticamente a mesma né? A questão da associação…
Alice (Nutricionista): Eu estou te afirmando isso porque ontem mesmo eu preparei um post sobre o bacon. E 50% da gordura do bacon é uma gordura monoinsaturada. A mesma gordura famosa e benéfica do azeite, abacate, nozes.
E 40% é gordura saturada que a gente sabe que também é importante, é fundamental! Então na verdade a gente acaba julgando tanto um alimento que além de ser saudável ele acrescenta um sabor/paladar muito importante para nossas preparações do dia a dia.
Glauber: Isso é um ponto importante, de repente o pessoal fique meio confuso se perguntando: “Mas como que tem a mesma composição?”.
Porque todo alimento que tem gordura possui os três tipos de gordura – monoinsaturada, saturada, poliinsaturada. Eles têm um pouco de cada em diferentes proporções. Correto?
Alice (Nutricionista): Isso! Cada alimento tem uma proporção diferente. Se eu não estou enganada o abacate tem cerca de 60% de gordura monoinsaturada. E o bacon tem 50% sendo a maior parte dele ácido oleico que é o mesmo do azeite de oliva.
O que varia é a proporção de gordura, mas a maioria deles tem mesmo todos os tipos. E na verdade o tipo do ácido graxo, o ácido oleico, ele não difere se é de uma gordura animal ou de uma gordura vegetal. Nosso corpo recebe o mesmo ácido!
Glauber: Ele não diferencia se está vindo do abacate ou se está vindo do bacon.
Alice (Nutricionista): Exatamente! Então porque que a gordura que vem do abacate é boa se é a mesma que vem do bacon. E a do bacon é considerada ruim… É uma quebra de conceitos muito interessantes e eu achei fantástico descobrir isso!
Eu lembro que na primeira semana em que eu estava fazendo a dieta chegou sexta feita e o pessoal aqui em casa fez pizza. Putz! Como eu vou resistir a comer pizza… Vou ter que ficar olhando eles comerem pizza e comer uma coisa sem graça?
Eu fui no mercado e comprei bacon! =D
›Mais Informações Sobre o Profissional Convidado Deste Episódio:
Nome: Alice Dalpicolli Rodrigues
Tipo de Profissional: Nutricionista
Endereço de Atendimento 1: Consultório multidisciplinar Rua Moreira Cesar, 2715, sala 84, Centro – Caxias do Sul – RS, 95034-000 – Brasil – Telefone: 54 3223 4888
Endereço de Atendimento 2: Academia Vivará Rua Sinimbu, 1206 Centro – Caxias do Sul – RS 95020-001 – Brasil Telefone: 54 3223 4481
Contato: tel.: (54) 9139-0911 e-mail: [email protected]
Página Web: Página da Alice no Facebook!
Sobre: Alice Dalpicolli Rodrigues – Nutricionista CRN2 9697 – Caxias do Sul – RS. Graduada em Nutrição pela Universidade de Caxias do Sul – UCS (2008). Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos (2011). Atualmente trabalha com atendimentos clínicos individualizado em consultório médico, com foco em obesidade e co-morbidades relacionadas, nutrição estética, funcional e esportiva na Academia Vivará e orientação de dieta Paleo/Primal/LCHF. Trabalha também com o desenvolvimento de cardápios para Escolas Infantis e realiza atendimentos domiciliares. Não trabalha com consultorias online, sendo assim, atendimentos e prescrições de dietas apenas com avaliação presencial.
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